O Duolingo revolucionou a conexão entre marcas e usuários. Nesta postagem do blog, exploramos como seus aprendizados podem inspirar as empresas rodoviárias a melhorar seu marketing, personalizar a experiência e construir relacionamentos reais com seus passageiros.
O marketing atual já não gira apenas em torno de “vender mais”, e sim de construir relações genuínas com as pessoas. Um exemplo disso é o Duolingo, um dos aplicativos de aprendizado mais queridos do mundo, que transformou a forma como as marcas se conectam com seu público. E o que isso tem a ver com transporte rodoviário? Muito mais do que parece.
À primeira vista, um app para aprender idiomas e uma empresa de transporte rodoviário podem parecer setores completamente diferentes. No entanto, ambos compartilham um desafio central: conectar-se com pessoas e acompanhá-las em suas jornadas.
Em uma entrevista recente à Reserhub, Kim de Anda, Diretora Regional de Marketing para a América Latina no Duolingo, compartilhou aprendizados-chave que podem ser adaptados por empresas de ônibus que desejam acelerar sua transformação digital e melhorar a experiência dos passageiros. A seguir, mostramos como aplicar essas lições:
1. Um bom briefing começa ouvindo os usuários
No Duolingo, há uma frase repetida constantemente: “O briefing está nos comentários.” A melhor fonte de inspiração está no que as pessoas já estão dizendo. Foi assim que surgiu a ideia de lançar um curso de coreano para falantes de espanhol, impulsionado pela popularidade do K-pop e das séries coreanas. Eles ouviram, entenderam e lançaram.
Como isso se aplica ao setor de transporte de passageiros ?
Os passageiros já estão falando: sobre o que gostariam de melhorar, o que os frustra no processo de compra ou embarque, e o que valorizam em determinada empresa. Se uma viação consegue captar esses sinais a tempo, pode adaptar seus serviços, rotas, horários, comunicação, e até mesmo seu aplicativo, para atender a necessidades reais.
2. Não fale com todos ao mesmo tempo
Um erro comum é tentar comunicar a mesma mensagem para todos os públicos. O Duolingo aprendeu isso da forma mais difícil: mensagens genéricas não criam conexão. Ao personalizar o tom, os formatos e os canais conforme o público (TikTok para a Geração Z, Facebook para gerações mais velhas), o impacto foi multiplicado.
E no transporte rodoviário?
A motivação de quem viaja a trabalho frequentemente não é a mesma de um estudante universitário que volta para casa nos fins de semana. Adaptar a mensagem por público, e por canal (site, app, WhatsApp, redes sociais), é fundamental para gerar conexão real.
O que realmente tem funcionado para nós é personalizar as mensagens e campanhas de acordo com o público específico que queremos atingir. Sabemos que há motivações, gerações e comportamentos diferentes. Por isso, investimos tempo em entender a fundo com quem estamos falando antes de comunicar. – Kim de Anda, Diretora Regional de Marketing para a América Latina no Duolingo.
A personalização não é um diferencial, é essencial. Segundo dados da Worldmetrics, 80 % dos consumidores preferem marcas que oferecem experiências personalizadas. Isso pode aumentar as vendas entre 19 % e 20 % e reduzir os custos de aquisição em até 50 %.
3. O marketing não termina na conversão
O Duolingo não usa suas redes sociais apenas para gerar downloads. Eles sabem que convencer alguém a aprender um idioma exige mais do que um anúncio. Por isso, sua estratégia é estar presente onde os interesses das pessoas estão: em conversas, fandoms e memes.
No setor rodoviário, a lógica deve ser parecida.
Nem todas as pessoas estão prontas para viajar o tempo todo. Mas se a marca conseguir estar presente de forma relevante, divertida e útil, estará no topo da mente do consumidor quando ele decidir comprar uma passagem.
4. Medir e ajustar rapidamente: lançar pequeno, escalar grande
Em vez de investir grandes orçamentos em campanhas incertas, o Duolingo prefere lançar ideias pequenas, observar a reação e, se der certo, escalar. Desde um post nas redes até ativações como a famosa “botargada” anual.
Para uma empresa rodoviária, isso pode significar:
- Testar uma nova funcionalidade do app com um grupo específico de usuários.
- Fazer uma campanha em uma rota piloto.
- Lançar uma promoção exclusiva via WhatsApp antes de expandi-la a todos os canais.
A chave está na experimentação ágil, na medição de resultados e em assumir riscos calculados, com a certeza de que sempre é possível ajustar a rota.
5. Um app deve resolver problemas reais, não apenas “existir”
As pessoas estão cada vez mais seletivas quanto aos aplicativos que mantêm em seus celulares. Ter um app não é suficiente. Ele deve ser intuitivo, funcional e útil. O Duolingo entende isso e investe fortemente em usabilidade, personalização e na fidelização diária do usuário.
E no caso de um app para venda de passagens? Ele deve:
- Resolver problemas reais: compra rápida, visualização de rotas, lembretes de viagem.
- Ser intuitivo para todas as idades.
- Oferecer uma experiência fluida, com o menor número de cliques possível.
O mais importante é resolver um problema específico. Passageiros que viajam com frequência valorizam apps que simplificam sua rotina de forma rápida e clara. Se não houver valor real e frequente, o app será deletado. – Kim de Anda, Diretora Regional de Marketing para a América Latina no Duolingo.
6. Autenticidade não se copia, se constrói
Muitas marcas se perguntam como ser “o Duolingo” do seu setor. Mas, como diz Kim, o Duolingo já existe. A questão é: como ser você mesmo com autenticidade e propósito?
Uma viação pode ter um tom mais tradicional, familiar ou institucional, e ainda assim ser próxima, humana e emocional. Não se trata de copiar memes ou mascotes, mas de entender o que realmente importa para seus passageiros e se conectar com isso.
Há marcas com um tom mais tradicional ou sério que, ainda assim, sabem ouvir seu público e criar uma conexão emocional. Comunicação não se resume a conversão, mas sim a construir uma relação de longo prazo. O importante é compreender a estratégia, e não apenas replicar o produto final de outra marca. – Kim de Anda, Diretora Regional de Marketing para a América Latina no Duolingo.
Por onde começar?
Marketing não é mais só sobre vender. É sobre criar vínculos, ser útil, entreter, escutar e, acima de tudo, emocionar.
Para empresas de transporte rodoviário, isso significa abandonar a comunicação genérica e investir em experiências centradas no usuário, em que cada mensagem, canal e decisão tecnológica é feita para criar conexão verdadeira.
Não se trata de copiar o Duolingo, mas de adotar a mentalidade que os levou ao sucesso: entender profundamente o usuário, testar ideias com agilidade e construir uma proposta de valor autêntica.
Na Reserhub, acompanhamos empresas rodoviárias nessa jornada. Ajudamos a digitalizar canais de venda, ativar estratégias de marketing baseadas em dados e criar experiências que geram impacto real.
E o primeiro passo não exige uma revolução de um dia para o outro. Basta escutar mais, experimentar algo novo e se comprometer com a melhoria contínua. Porque, quando o usuário está no centro, os resultados vêm naturalmente.